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30 agosto 2010

Denuncia

Muita terra nas mãos de poucos
por Cláudio Marques*

Com 850 milhões de hectares, o Brasil é o 5° maior país do planeta e o maior da América do Sul, mas grande parte desse imenso território está concentrada nas mãos dos grandes proprietários rurais - os "aristocratas modernos". Dos 850 milhões de hectares, 120 milhões estão improdutivos, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Esse grave problema, pouco discutido pelos principais candidatos à Presidência da República, persiste há séculos.
Combinada com a monocultura para exportação e a escravidão, a forma de ocupação das terras brasileiras pelos portugueses estabeleceu as raízes da desigualdade social que atinge o País até os dias de hoje. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1% da população detém 50% das terras brasileiras.
A reforma agrária, a principal forma de modificar a distribuição desigual de terras, avança a passos lentos no Brasil. Durante os dois governos de Fernando Henrique, cerca de 300 mil famílias foram assentadas; nos dois governos de Lula, que também tem priorizado o agronegócio exportador em detrimento da reforma agrária, foram assentadas 520 mil, até o início de 2009.
O crescimento acelerado do agronegócio brasileiro e seus bons resultados econômicos têm contribuído para esta lentidão no processo de distribuição de terras. Hoje, o agronegócio é responsável por cerca de um quarto do PIB e tem grande participação nos seguidos superávits da balança comercial. Esta produção a todo vapor, entretanto, tem trazido consequências drásticas à população e ao meio ambiente.
Um relatório divulgado pela ONG Greenpeace Internacional aponta que, além de devastar a floresta, o avanço na produção de soja impulsiona a exploração da mão-de-obra escrava: moradores pobres de áreas rurais e da periferia das cidades são levados para áreas remotas para trabalhar como escravos em áreas de desmatamento ilegal. 
Segundo a organização ambientalista, "as vilãs da indústria da soja brasileira" são três multinacionais norte-americanas do setor do agronegócio: a Cargill, a Bunge e a Archer Daniels Midland (ADM). As empresas oferecem facilidades aos produtores, como crédito e mercado garantido, "dando incentivos e recursos para que eles comprem e desmatem grandes extensões de terra a fim de que a produção de soja seja lucrativa".
Os povos indígenas e comunidades locais e tradicionais, que vivem e dependem das florestas, também são dramaticamente violentados e ameaçados, sendo expulsos de suas terras.
Por sua vez, a modernização da produção no campo acabou provocando um forte êxodo rural - com os lavradores migrando do campo e engrossando as populações urbanas. Sem infraestrutura para tanta gente, a população urbana sofre também com a degradação da qualidade de vida, e as desigualdades sociais se acentuam.
Diante dessa realidade, a reforma agrária se tornou uma questão-chave da problemática rural, urbana e ambiental. Uma reforma, porém, é um desafio e tanto, pois afeta o modelo econômico brasileiro, que tem como pilar a exportação de produtos agrícolas - todos cultivados em grandes propriedades monocultoras - baseado na mecanização intensiva e nos agrotóxicos (o Brasil se transformou na safra de 2008/2009 no maior consumidor mundial de agrotóxicos).
Os principais defensores da manutenção deste modelo predatório fazem parte da União Democrática Ruralista (UDR), uma entidade composta por "aristocratas modernos", cuja finalidade é pressionar o Congresso Nacional e impedir o sancionamento de leis a favor da reforma agrária.
Desde a década de 80, eles lutam contra todos aqueles que defendem o uso social da terra, ao mesmo tempo em que finca seus interesses no Congresso com a bancada ruralista, composta por 95 parlamentares, além de senadores, principalmente do partido do DEM, antigo PFL, antigo PDS, antigo ARENA, partido mantenedor da ditadura de 1964.
Foi a pressão da bancada ruralista, por exemplo, a responsável pelo atraso na votação da Proposta de Emenda Constitucional 438, apelidada de "PEC do Trabalho Escravo", que prevê o confisco de terras onde esse crime seja encontrado, destinando-as à reforma agrária.
Em contrapartida, há o mais antigo movimento já existente, no Brasil, chamado Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que, ao contrário do que diz os setores conservadores, luta pela reforma agrária como "uma forma de melhorar a vida não só dos camponeses como de todos aqueles que vivem nas cidades, com a redução do inchaço urbano e, principalmente, com a produção de alimentos sadios e acessíveis aos trabalhadores".
O MST se utiliza de ocupações, e não de invasões, para que o artigo 5° da Constituição atual, que determina que a propriedade deve atender a sua função social, seja cumprido. Cerca 80% das desapropriações foram realizadas graças às ocupações nos últimos 10 anos. Sem elas, não há reforma agrária.  O movimento recebe apoio de vários intelectuais, pensadores, escritores, artistas e cantores nacionais e internacionais. Entre eles, Eduardo Galeano, Noam Chomsky, Fernando Moraes, Beth Carvalho, Chico César e Leonardo Boff.
Entretanto, o MST é "atacado por setores conservadores e patrimonialistas da sociedade brasileira, que utilizam vários instrumentos para combatê-lo e todos aqueles que lutam pela reforma agrária". Os partidos DEM e o PSDB, recentemente, instalaram uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) a fim de investigar, segundo eles, se havia desvio de dinheiro público para a ocupação de terras no Brasil. No total, foram realizadas treze audiências públicas em oito meses. Ao final, concluíram que não há desvio de recursos públicos.
Segundo o relator da CPMI, deputado federal Jilmar Tatto (PT/SP), o DEM e o PSDB, na verdade, estavam com uma política de criminalizar o movimento social no Brasil. "Eles praticamente não apareceram nas reuniões." A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), por exemplo, não participou de nenhuma sessão, embora tenha sido a maior defensora da sua instalação, segundo o MST.
Esta política de opressão contra os movimentos sociais não é recente. De acordo com os historiadores, há cinco séculos estão sendo travadas lutas e resistências populares no País. "As lutas contra a exploração e, por conseguinte, contra o cativeiro da terra, contra a expropriação, contra a expulsão e contra a exclusão, marcam a história dos trabalhadores."
O seringueiro Chico Mendes, por exemplo, foi morto, covardemente, em 1988, por defender a luta pela preservação da Amazônia. Em 1996, aconteceu outro crime bárbaro: a polícia militar confrontou 1,5 mil manifestantes sem-terra, em Eldorado de Carajás, no Pará, e 19 trabalhadores rurais foram assassinados, enquanto realizavam uma marcha pacífica - crime que permanece impune até hoje.
Indígenas e quilombolas também testemunham a violência diariamente em suas comunidades pelas mãos de empresas que destrói o meio ambiente de forma acelerada. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), foram assassinados 1.469 trabalhadores rurais entre 1985 e 2009. Apenas 85 casos foram julgados e somente 19 mandantes receberam condenações.
Os setores conservadores, que controlam o Brasil, ainda "não perceberam" que para se tornar um país desenvolvido é fundamental que haja a redistribuição de terras. No Japão, por exemplo, havia grande concentração de terras e uma economia arruinada, e a reforma agrária, na década de 50, foi considerada necessária para impulsionar a economia e reconstruir o país. Com a distribuição de terras, quatro milhões de famílias entraram para economia de mercado e o Japão deu seu primeiro impulso para a escalada rumo à posição de grande potência.
A necessidade da reforma agrária está diretamente ligada ao direito à posse de terra pelas populações do campo, para mantê-las produzindo em seu local de origem, e à necessidade de produzir alimentos para o conjunto da sociedade, itens que definem a função social da terra. Vale ressaltar que, daquilo que vai para a mesa dos brasileiros, 70% é produzido pelos pequenos agricultores. Só 30% vêm das grandes propriedades.
Diversas razões fazem da reforma agrária uma prioridade nacional: a concentração da propriedade da terra, o êxodo rural, o crescimento sem controle da população urbana, o aumento do desemprego e o confronto muitas vezes violento entre os sem-terra, os proprietários rurais e as forças policiais. O fim das mortes, ameaças e agressões contra trabalhadores sem-terra depende, inevitavelmente, da realização da reforma agrária.
Contudo, a perspectiva de uma reforma agrária, no Brasil, não é das melhores. Os setores conservadores, que dominam o País, enxergam a agricultura apenas como um espaço para a obtenção de lucros fáceis e rápidos, às custas da pobreza da população, da depredação ambiental e do atendimento dos interesses e das demandas do mercado externo. Os candidatos à Presidência da República, por sua vez, preferem não tocar no assunto, com exceção de Plínio de Arruda, do PSOL, e os partidos "comunistas" e "socialistas" que não apresentam, no entanto, nenhuma proposta concreta. Triste sina dos brasileiros!
(*) Cláudio Marques é estudante de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

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Entre 1º e 7 de setembro o Fórum Nacional da reforma agrária e Justiça no Campo promoverá, em todo o Brasil, o plebiscito pelo limite da propriedade rural. Mais de 50 entidades farão da Semana da Pátria e do Grito dos Excluídos, celebrado todo 7 de setembro, um momento de clamor pela reforma fundiária em nosso país.

Vivem hoje na zona rural brasileira cerca de 30 milhões de pessoas, pouco mais de 16% da população do país. O Brasil apresenta um dos maiores índices de concentração fundiária do mundo: quase 50% das propriedades rurais têm menos de 10ha e ocupam apenas 2,36% da área do país. E menos de 1% das propriedades rurais (46.911) têm área acima de 1 mil hectares cada e ocupam 44% do território (IBGE, 2006).
As propriedades com mais de 2.500ha são apenas 15.012 e ocupam 98,5 milhões de hectares: 28 milhões de hectares a mais do que quase 4,5 milhões de propriedades rurais com menos de 100ha.
Diante desse quadro de grave desigualdade, não se pode admitir que imensas propriedades rurais possam pertencer a um único dono, impedindo o acesso democrático à terra, que é um bem natural, coletivo, porém limitado.
O objetivo do plebiscito é demonstrar ao Congresso Nacional que o povo brasileiro deseja que se inclua na Constituição um novo inciso limitando a propriedade da terra princípio adotado por vários países capitalistas a 35 módulos fiscais. Áreas acima disso seriam incorporadas ao patrimônio público e destinadas à reforma agrária.
O módulo fiscal serve de parâmetro para classificar o tamanho de uma propriedade rural, segundo a Lei 8.629 de 25/2/93. Um módulo fiscal pode variar de 5ha a 110ha, dependendo do município e das condições de solo, relevo, acesso etc. É considerada pequena propriedade o imóvel com o máximo de quatro módulos fiscais; média, 15; e grande, acima de 15 módulos fiscais.
Um limite de 35 módulos fiscais equivale a uma área entre 175ha (caso de imóveis próximos a capitais) e 3.500ha (como na região amazônica). Apenas 50 mil entre as 5 milhões de propriedades rurais existentes no Brasil se enquadram nesse limite. Ou seja, 4,950 milhões de propriedades têm menos de 35 módulos fiscais.
O tema foi enfatizado pela Campanha da Fraternidade 2010, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Todos os dados indicam que a concentração fundiária expulsa famílias do campo, multiplica o número de favelas e a violência nos centros urbanos. Mais de 11 milhões de famílias vivem, hoje, em favelas, cortiços ou áreas de risco.
Nos últimos 25 anos, 1.546 trabalhadores rurais foram assassinados no Brasil; 422 presos; 2.709 famílias expulsas de suas terras; 13.815 famílias despejadas; e 92.290 famílias envolvidas em conflitos por terra. Foram registradas ainda 2.438 ocorrências de trabalho escravo, com 163 mil trabalhadores escravizados.
Desde 1993, o Grupo Móvel do Ministério do Trabalho libertou 33.789 escravos. De 1.163 ocorrências de assassinatos, apenas 85 foram a julgamento, com a condenação de 20 mandantes e 71 executores. Dos mandantes, somente um se encontra preso, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, um dos mandantes da eliminação da irmã Dorothy Stang, em 2005.
Tanto o plebiscito quanto o abaixo-assinado visam a aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC 438) que determina o confisco de propriedades onde se pratica trabalho escravo, bem como limites à propriedade rural. As propriedades confiscadas seriam destinadas à reforma agrária.
Embora o lobby do latifúndio apregoe as maravilhas do agronegócio, quase todo voltado à exportação e não ao mercado interno, a maior parte dos alimentos da mesa do brasileiro provém da agricultura familiar.
Ela é responsável por toda a produção de verduras; 87% da mandioca; 70% do feijão; 59% dos suínos; 58% do leite; 50% das aves; 46% do milho; 38% do café; 21% do trigo.
A pequena propriedade rural emprega 74,4% das pessoas que trabalham no campo.
O agronegócio, apenas 25,6%. Enquanto a pequena propriedade ocupa 15 pessoas por cada 100ha, o agronegócio, que dispõe de tecnologia avançada, somente 1,7 pessoa.
Mais informações e para assinar abaixoassinado:
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18 agosto 2010

Tangência de Deus!

tangível 
(latim tangibilis, -e)
adj. 2 gén.1. Que pode ser tocado ou apalpado. = tocável2. Que tem corpo e está ao alcance da mão. 3. Palpável, que facilita a compreensão.
Buscar um Deus mais tangível me lembra o quanto somos egoístas, palavra esta que significa (Amor exclusivo à pessoa e aos interesses próprios.) pensando nisto me questionei o que me leva buscar um Deus mais tangível e presente, penso ser confortável, ouvir a voz de Deus, massageia nosso ego, e nos traz certo alívio e segurança, me transformando não somente um egoísta, mas também um hedonista fazendo desta busca algo que me dá prazer tornando-a objeto da minha vida em busca do transcendental. Busca esta que afirma meu egoísmo e hedonismo, por ser uma experiência particular, exclusivista e individualista. Se de fato “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”.(Salmos 19:1) que tangência ainda procuramos e empenhamos esforços numa busca desenfreada e incessante. Obcecado por tal Deus a ponto de nos tornarmos fanáticos, fanatismo este que não nos permite se quer questionar o produto de nosso fanatismo, sendo assim cegados, castramos nosso livre pensamento, uma vez que não questionamos e aceitamos este pacote formatado de crenças impostas por sistemas religiosos e pela maioria dos fanáticos a fim de sermos bem aceito no meio a qual estamos inseridos!
Deus que se revela tangível em (Gênesis 1:26) E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança[...] revelação esta  que atinge seu ápice na encarnação do próprio Deus na pessoa de Cristo E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.(João 1:14).  O que mais queremos de Deus? Milagres? Prodígios? Curas Milagrosas? Bênçãos diversas? Afinal estamos nesta busca incessante por gratidão ou numa barganha a fim de trocar favores! Vivemos em busca de realização e satisfação pessoal. Somos sua imagem e semelhança, e  se Ele está em tudo como cita o salmo 139 e se soprou do seu fôlego em todos... E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. (Gênesis 2:7) o que mais queremos? Todas as revelações de Deus não nos são suficiente, fico olhando como agimos com relação à oração de Cristo, Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.(João 17:21.). E como não damos conta de cumpri-la, ao invés corremos atrás de sentir Deus, esquecendo-me de tornar Deus tangível na vida do próximo, manifestando o Reino de Deus. Talvez por buscar algo que promova minha própria satisfação, não consigo enxergar o óbvio. Se você não consegue encontrar um Deus mais tangível, pare de procurar e comece a manifestar o reino de Deus e sua justiça! Tenho certeza que encontrará no dia que fizer isso!

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12 agosto 2010

Deus criou o inferno?

Jacques Ellul


 o fato de  o autor ser frances  dificultou um pouco na tradução! OBRIGADO PELA COMPREENSÃO
O seguinte é aa citação de um livro do teólogo francês tarde, Jacques Ellul, What I Believe (, 1989, pp.188-192).
Eu estou tendo aqui um tema básico que eu tenho lidado com outros lugares, mas que é tão essencial que eu não hesito em repetir-me. É o reconhecimento de que todas as pessoas desde o início do tempo são guardados por Deus em Jesus Cristo, que todos eles têm sido os destinatários da sua graça, não importa o que eles fizeram.
Esta é uma proposição escandalosa. Choca o nosso senso de justiça espontânea. O culpado deve ser punido. Como pode Hitler e Estaline estar entre os salvos? Os deveria apenas ser reconhecido como tal e os condenados ímpios.
Mas, na minha opinião esta é a lógica puramente humano, que simplesmente mostra que não há compreensão da salvação pela graça ou do significado da morte de Jesus Cristo. A proposição também contraria a opinião quase unânime de teologia. Alguns teólogos cedo proclamou salvação universal, mas quase todo o resto finalmente rejeitado. Grandes debates foram realizadas cerca de presciência e predestinação, mas em todos eles foi dado como certo que a reprovação é normal.
A terceira e a objeção mais séria à tese é colocada pelos textos bíblicos. Muitas delas falam sobre a condenação, o inferno desterro, nas trevas exteriores, ea punição dos ladrões, devassos, idólatras, etc À medida que avançamos, devemos superar esses obstáculos e examinar as razões teológicas que me levam a acreditar na salvação universal, os textos que parecem estar contra ele, e uma possível solução.
Mas quero salientar que estou falando crença na salvação universal. Esta é para mim uma questão de fé. Eu não estou fazendo um dogma ou princípio da mesma. Só posso dizer que não acredito, fingindo ensinar doutrina como a verdade.
1. Deus é amor
Minha primeira tese é simples que, se Deus é Deus, o Todo-Poderoso, o Criador de todas as coisas, o Onipresente, então podemos pensar em nenhum lugar, ou o que quer que seja fora dele. Se houvesse um lugar para fora do lado dele, Deus não seja tudo em todos, o Criador de todas as coisas. Como podemos pensar nele a criação de um lugar ou estar onde ele não está presente? Qual é, então, sobre o inferno? Ou é em Deus, caso em que ele não é universalmente bom, ou está fora dele, o inferno de ter sido freqüentemente definido como o lugar onde Deus não é. Mas o último é completamente impensável. Pode-se dizer simplesmente que o inferno é apenas o nada. Os condenados são aqueles que são aniquilados. Mas há uma dificuldade aqui. O nada não existe na Bíblia. É um conceito filosófico e matemático.Podemos representá-la apenas por um sinal matemático. Deus não criou ex nihilo, do nada. Gênesis 1:2 fala de wabohu tohu ("deserto eo deserto" RSV "sem forma e vazia") ou de tehom ("o abismo"). Isso não é nada.
Além disso, a coisa mais próxima do nada parece ser a morte. Mas a Bíblia fala sobre os inimigos, ou seja, a grande serpente, da morte e do abismo, que são agressores contra a criação de Deus e procuram destruí-la. Estes são os inimigos contra os quais Deus proteja a sua criação. Ele não pode permitir que ele foi criado e chamado de bom para ser destruído, desorganizado, engolido e morto. Esta criação de Deus não pode reverter a nada. A morte não pode emitir em nada. Esta seria uma negação do próprio Deus, e é por isso que o primeiro aspecto que me parece ser decisiva. Criação está sob constante ameaça e é constantemente julgada procedente.
Como Deus poderia se entregar ao nada e ao inimigo que ele defende no rosto e, apesar de tudo? Como ele pôde permitir que um poder de destruição e aniquilação de sua criação? Se ele não consegue suportar a força do nada, então temos que recorrer ao dualismo (um Deus bom e um mau Deus em conflito e de igual), para o zoroastrismo. Muitos são tentados a dualismo hoje. Mas se Deus é único, se só ele tem a vida em si mesmo, ele não pode permitir que essa ameaça para o objeto de seu amor.
Mas é necessário que "os tempos de ser realizado", os momentos em que somos empurrados para um canto e tem de servir tanto a impotência do Deus de amor ou o poder das forças de destruição e aniquilação. Temos de esperar até que a humanidade já completou a sua história e criação, e cada possibilidade tem sido explorada. Isso não apenas implica, contudo, que no final do tempo os poderes de destruição, morte, a grande serpente, Satanás, o diabo, será aniquilado, mas muito mais. Como podemos falar nada, quando recebemos a revelação desse Deus que será tudo em todos?Quando todas as coisas estão submetidas a ele, então o próprio Filho serão também submetidos a quem todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos (1 Cor. 15,28).
Se Deus é, ele é tudo em todos. Não há mais lugar para nada. A palavra é um vazio. Para os cristãos é tão vazia como aquilo que é suposto para denotar. Os filósofos falam em vão algo que só pode imaginar ou usar como um alicerce, mas que não tem realidade de qualquer tipo. (1)
O segundo fator, e igualmente importante é que depois de Jesus Cristo, sabemos que Deus é amor. Esta é a revelação central. Como podemos conceber o que é amor deixar de amar uma das suas criaturas? Como nós podemos pensar que Deus pode deixar de amar a criação que ele fez em sua própria imagem? Esta seria uma contradição em termos. Deus não pode deixar de ser amor.
Se combinarmos as duas teses que vemos uma vez que nada pode existir fora do amor de Deus, pois Deus é tudo em todos. É impensável que deveria existir um lugar de sofrimento, de tormento, do domínio do mal, de seres que simplesmente odeiam desde a sua única função é a tortura. É espantoso que a teologia cristã não deve ter visto de relance o quão impossível é a idéia. Sendo amor, Deus não pode mandar para o inferno da criação que ele tanto amou que deu seu Filho único para ela. Ele não pode rejeitá-lo, pois é sua criação. Esta seria a cortar a si mesmo.
Um conjunto teológico avanços, a tendência solução conveniente que Deus é amor mas também justiça. Ele salva os eleitos, para manifestar seu amor e condena os réprobos para manifestar a sua justiça. Meu medo imediata é que esta solução ainda não corresponde à nossa ideia de justiça e que estamos apenas satisfazendo nosso desejo que as pessoas que consideramos tão terrível devem ser punidos no outro mundo. Esta opinião é parte da teologia equivocada que declara que o infeliz é bom na terra, mas será feliz no céu, ao passo que os ímpios são bem sucedidos na Terra, mas serão punidos no outro mundo. Os incrédulos têm toda a razão em denunciar esta explicação como subterfúgio destinado a tornar as pessoas aceitam o que acontece na Terra. O reino de Deus não é uma compensação para este mundo.
Outra dificuldade é que somos convidados a ver Deus com duas faces, como se fosse uma espécie de Janus diante de duas maneiras. Esse Deus não poderia ser o Deus de Jesus Cristo, que tem apenas uma face. Crucial textos condenar veementemente as pessoas de duas caras que vão de duas maneiras diferentes. Esses são os que Jesus Cristo chama hipócritas. Se Deus é vacilante, não há duplicidade nele. Ele é um hipócrita. Temos que escolher: Ele é o amor ou o que é a justiça. Ele não é tanto. Se ele é o juiz justo, o justiciar impiedoso, ele não é o Deus que Jesus Cristo nos ensinou a amar. Além disso, essa concepção é a negação pura e simples de Jesus Cristo. Para a doutrina é empresa que Jesus Cristo, o Filho de Deus, morreu e estava disposto a morrer para o pecado humano para resgatar todos nós: eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim (João 12:32 ), satisfazendo a justiça divina. Todo o mal feito na terra da ruptura de Adão com Deus, sem dúvida, tem de ser julgados e punidos. Mas todo o nosso ensino sobre Jesus está aí para nos lembrar que a ira de Deus caiu inteiramente sobre ele, em Deus, na pessoa do Filho. Deus dirige sua justiça sobre si, ele tomou sobre si a condenação da nossa maldade. Qual seria o ponto, então, uma segunda condenação de indivíduos?
Foi a sentença proferida em Jesus insuficiente? Foi o preço que foi pago com o castigo do Filho de Deus, muito baixo para atender as demandas da justiça de Deus? Essa justiça está satisfeita em Deus e por Deus para nós. Deste ponto em diante, então, sabemos apenas o rosto do amor de Deus.
Este amor não é aquiescência sentimental. É uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo (Hebreus 10:31). O amor de Deus é exigente, "ciumento, total", e indivisível. O amor tem um rosto severo, não um soft. No entanto, é amor. E em qualquer caso, o amor exclui dupla predestinação, uns para a salvação e outros para a perdição. É inconcebível que o Deus de Jesus Cristo, que dá a si mesmo em seu Filho para nos salvar, deve ter criado algumas pessoas ordenadas para o mal e da danação.
Há de facto uma predestinação, mas pode ser apenas a predestinação para a salvação. Em e por Jesus Cristo, todas as pessoas estão predestinados a ser salvos. Nosso livre arbítrio está descartada a este respeito. Temos dito muitas vezes que Deus quer que as pessoas livres. Ele, sem dúvida, não, exceto em relação a esta última decisão e definitiva. Nós não somos livres para decidir e optar por ser condenado. Dizer que Deus nos presenteia com a boa notícia do Evangelho e, em seguida, deixa o problema final para a nossa livre escolha, quer para aceitá-lo e ser salvo ou rejeitá-lo, e se perder é tolice. Para ter este ponto de vista é para nos fazer árbitros da situação. Neste caso, nós é que finalmente decidir nossa própria salvação.
Este ponto de vista inverte uma tese bem conhecida e teria que Deus propõe eo homem dispõe. Sem dúvida, todos sabemos de inúmeros casos em que as pessoas rejeitam a revelação. Os enxames estão fazendo hoje. Mas eles têm qualquer conhecimento real da revelação? Se eu olhar para apresentações incontáveis da Palavra de Deus pelas igrejas, posso dizer que as igrejas têm apresentado muitas idéias e mandamentos que nada têm a ver com a revelação de Deus.Rejeitando estas coisas, mandamentos humanos, não é o mesmo que rejeitar a verdade. E mesmo se a declaração ou proclamação do evangelho é fiel, não se forçar uma escolha sobre nós.
Se as pessoas estão a reconhecer a verdade, eles também devem ter o testemunho interior do Espírito Santo. Essas duas coisas são indispensáveis, a declaração de fiéis do Evangelho, a boa notícia, por um ser humano e do testemunho interior do ouvinte do Espírito Santo, que transmite a certeza de que é a verdade de Deus. O único não é suficiente sem o outro. Assim, quando aqueles que se recusam ouvir a nossa mensagem, nunca podemos dizer que eles escolheram desobedecer a Deus.
Os atos humanos e divinos são uma ea mesma somente na Palavra de Jesus. Quando ele disse a seus ouvintes que não sejas incrédulo, mas para acreditar, se recusou em seguida, eles foram rejeitados. No nosso caso, no entanto, não podemos dizer que há um ato do Espírito Santo, em simultâneo com o nosso anúncio. Isso pode muito bem ser o ponto do texto conhecido sobre o pecado que não pode ser perdoado, o pecado contra o Espírito Santo (cf. Matt. 12:31-32).Mas nós nunca podemos saber se alguém já cometeu. No entanto, esta pode ser, é certo que sejam salvos ou perdidos não depende de nossa decisão livre.
Acredito que todas as pessoas são incluídas na graça de Deus. Acredito que todas as teologias que têm feito um grande lugar para a condenação eo inferno são infiéis a uma teologia da graça. Por que se há predestinação para a perdição, não há salvação pela graça. A  salvação pela graça é concedida justamente para aqueles  que sem a graça teriam se sida perdida Jesus não veio buscar os justos e os santos, mas os pecadores. Ele veio para buscar aqueles que, em estrita justiça deveria ter sido condenado.
Uma teologia da graça pressupõe a salvação universal. O que poderia significar a graça se fosse concedido apenas a alguns pecadores e não para os outros de acordo com um decreto arbitrário que é totalmente contrário à natureza de nosso Deus? Se a graça é concedido de acordo com o número maior ou menor dos pecados, já não é graça, é justamente o oposto, pois desta contabilidade. Paul é o mesmo que nos lembra que a enormidade do pecado não é obstáculo para a graça: Onde o pecado aumentou, a graça abundou ainda mais (Rm 5:20). Esta é a afirmação-chave.Quanto maior o pecado, mais o amor de Deus se revela muito além de qualquer julgamento ou avaliação da nossa. Esta graça abrange todas as coisas. É, pois, efetivamente universal.
Eu não acho que em relação a esta graça, nós podemos fazer a distinção escolástica entre a graça preveniente, expectante graça, a graça condicional, etc adjetivos tais enfraquecer o impulso da graça livre do soberano absoluto, e que resultam apenas da nossa grande dificuldade em acreditar que Deus fez tudo. Mas isso significa que nada em sua criação é excluído ou perdido.
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"Heresia e ortodoxia são palavras criadas pelos ortodoxos. Mas, como já indicamos antes, ortodoxos são aqueles que tiveram o poder para impor as suas idéias. Heresia e ortodoxia têm muito pouco a ver com falsidade e verdade. São formas transversas de indicar perdedores e ganhadores. Ora, não se conhece nenhuma situação em que os ganhadores tivessem tido qualquer interesse em abrir mão do poder. O poder deseja sempre perpetuar-se. E esta perpetuação exige também a perpetuação das idéias que dão aos poderosos a sua aura divina. Vitória é interpretada como verdade, e a derrota é idêntica à falsidade.
A última palavra sobre a verdade revelada, portanto, não é a voz desta verdade, mas é a voz que, pelo seu poder político, é capaz de silenciar os dissidentes e declarar a questão como encerrada."

(Religião e repressão, Rubem Alves)
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