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02 outubro 2010

A mediocridade eclesial

Quem irá ao céu?
Ou quem está destinado ao inferno?
Os homossexuais devem ser aceitos ou não?
As prostitutas podem cantar nas igrejas ou não?
Os pobres são pecadores?
O Pastor é homem de Deus?
A juventude pode ler Marx. Heresia?
Política não pode se misturar com a religião?

A mediocridade é uma doença que está impregnada na instituição eclesiástica há muitos anos, e seus defensores são aqueles que mais apoiam a negação de muitas destas questões. Os moralistas são os que através de um desabafo pessoal destinam os que tem posições diversas ao inferno, que as vezes mais parece com uma invenção para mandar os que perturbam a ordem eclesial, ou que lançam questionamentos que esta não consegue responder.



E as vezes aparecem vozes dentro dela com um ar revolucionário que não passam de palavras da mesma doutrina travestida nas chamadas “novas alternativas”, quando muitas destas “alternativas”na verdade são tão opressoras quanto as “antigas”, e muitas destas vozes do chamado mundo evangélico continuam enriquecendo-se as custas das mesmas estruturas. Possuem palavras confrontativas, escrevem livros e fazem sermões “maravilhosos” mas isto fica somente no âmbito das ideias, pois as estruturas hierárquicas e os vícios destas continuam os mesmos. São vozes distantes da realidade e escrevem do alto dos escritórios e afastados do povo e dos marginalizados, gerados muitas vezes pela própria instituição. Que vista o chapéu aquele que lhe servir.

As tramas que estes vivem são somente do lado dentro, não possuem a voz política em relação a sociedade e não possuem uma posição marcante para a sociedade do lado de fora, e muitas vezes falam de realidades que eles mesmos não conhecem.


Os budistas vão para o céu?
Os muçulmanos são povos excluídos?
Os povos originários da América Latina não acreditam no nosso Deus?
As religiões afros são idolatras?


Monopolizam o Reino e a verdade, quando na verdade para Cristo o Samaritano foi o próximo, o Centurião teve fé e o que dizer da Sírio Fenícia? O próprio Deus encarnado no filho do carpinteiro pobre não teve essas preocupações, pois acima de nacionalidade e crenças estava o ser humano, e este é o alvo do seu amor e da sua ação. Os povos originários Latino americanos tinham uma fé e um relacionamento com a terra de tirar o chapéu e talvez uma pureza contaminada com a chegada da chamada “civilização” ao nosso continente, e o que dizer das chamada ações de guerra contra o alcorão, chamam o muçulmano de violentos sendo que muitas vezes em nome de Deus exterminaram-se muito destes povos.

A preocupação maior do Cristo da galileia é o homem na sua plenitude e sua luta é a luta contra a desumanização e injustiça dos poderosos em relação aos pobres e ao povo, posição esta que teve que ser muitas vezes de ordem política o que o levou a morte da cruz, deste homem que veio subverter a ordem vigente com uma oferta de um Reino igualitário dentro de uma estrutura opressiva. E porque os escritos do Profeta Marx devem ser heregizados se há uma preocupação pelo ser humano em condições de opressão?

Jesus é nosso Deus!
Jesus nos ama, pois não faltamos ao “culto”!

Se o Cristo encarnado estivesse andando nas ruas em 2010, com certeza estaria com:

Os pobres, marginalizados da globalização.
Os Gays e Lésbicas em Israel.
Com os índios em Chiapas.
Com os sem terra e os que trabalham em condições de exploração no nordeste.
Com os nossos irmãos nas usinas da cana.
Com os Mapuches no Sul do Chile e com os mineiros do Norte.
Com os Latinos nos Estados Unidos.
Com as mulheres no Islã.
Com os trabalhadores explorados nas minas do Congo.
E com aqueles que sofrem e lutam pela humanização dos excluídos em qualquer parte do mundo, independente de uma fé cristã declarada, pois a causa do Reino ultrapassa estas barreiras.

A questão que deveria preocupar as instituições eclesiásticas é que:

Preocupadas com as mediocridades estão ficando de fora da luta histórica de homens e mulheres que tentam uma nova alternativa em um sistema opressor.

por Escobar MCM

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